Essa cama que me tem por prisioneira
Essa alma que me suga a noite inteira
Chão que piso sem certeza de resposta
Ar intruso que se põe e perde a rota
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Noite fria que de fria não me atinge
Noite escura que de soturna não me tinge
Peso morto que de vivo se faz leve
Imensidão que de mansa não se atreve
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Esperança a conta gotas acorda o mundo
Grito surto que de agudo nem se escuta
Peso morto que de morto se diz entrave
Solitária feito o sumo da vaidade
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Mente minha que vagueia no escuro
Quarto meu que de quarto, se faz útero
Ares de junho, o vento frio e o solo quente
Se fazem presente na memória do meu lugar seguro.
Mariana, 25/06/2021.