Ares de Junho

Mariana
Jun 25, 2021

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Essa cama que me tem por prisioneira

Essa alma que me suga a noite inteira

Chão que piso sem certeza de resposta

Ar intruso que se põe e perde a rota

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Noite fria que de fria não me atinge

Noite escura que de soturna não me tinge

Peso morto que de vivo se faz leve

Imensidão que de mansa não se atreve

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Esperança a conta gotas acorda o mundo

Grito surto que de agudo nem se escuta

Peso morto que de morto se diz entrave

Solitária feito o sumo da vaidade

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Mente minha que vagueia no escuro

Quarto meu que de quarto, se faz útero

Ares de junho, o vento frio e o solo quente

Se fazem presente na memória do meu lugar seguro.

Mariana, 25/06/2021.

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