Há alguns meses eu venho postergando a minha urgência em me abrir. Não sei se este é, de fato, o uso correto da expressão no contexto em que me expresso. Mas a verdade é que a vida mudou bastante da minha última passagem por aqui e olha… Que mudança! Me sinto mais leve e infinitamente menos infeliz, para o meu azar, sempre tendo a olhar às coisas de modo mais fatalista e ser feliz não é um ponto em si, é a congruência de vários pontos.
Não sei onde piso. Não conheço o chão debaixo dos meus pés. Ainda não sei se posso cair. Estaria mentindo se dissesse que sei onde piso e que conheço meus passos, mas a verdade é que nesses últimos meses eu mais tenho aprendido a andar do que consolidado de fato um novo caminho.
As coisas se ajeitam. Eu sei. Todo mundo sabe. Todo mundo diz.
Mas eu, crua como sou, nunca fui fã do autoengano e por isso ultimamente as coisas tem pesado tanto e eu, como kamikaze que sou, me trato com cada vez mais crueldade.
A verdade é que crescer tem sido absurdamente agridoce e da minha autoconsciência egoica eu busco distrações castatróficas a mim mesma. Amores sem futuro, paixões sem sentidos, sentimentos inventados, um deus ex-machina, uma saída a algo que se faz cada vez mais concreto dentro de mim: eu ainda tô muito longe do que eu quero, gosto e amo.
É preciso tomar coragem pra ser quem se deseja ser. E eu, do alto da minha covardia, estou a passos de tartaruga.
E tá tudo bem, crescer é isso.
Mariana, 18/07/2023
